sexta-feira, 27 de abril de 2012

O Triângulo do Mal:Como é que a Guiné-Bissau pode Escapar do Ciclo Vicioso da Instabilidade?


A Guiné-Bissau está outra vez na boca do mundo pelas mesmas, bem conhecidas razões. Porque é que este pequeno e paupérrimo país da África Ocidental é tão propenso a golpes de Estado? A resposta que muitos especialistas têm na ponta da língua é: a armadilha dos militares. Mas eu suspeito que esta resposta seja apenas uma meia-verdade.

Sim, as forças armadas são uma bagunça. Durante muitos anos, elas mantiveram uma perigosa promiscuidade com os políticos. Os políticos usaram-nas para servir seus interesses cripto-partidários, e as forças armadas, sentindo-se exageradamente importantes, usaram por sua vez os políticos para defender os seus interesses, individuais ou colectivos. Mas, como em qualquer relação promíscua, às vezes as rupturas são dolorosas. Consequentemente, golpes de Estado -- bem sucedidos, falhados ou presumidos -- atingiram o país em 1980, 1985, 1992, 1998, 2000, 2004, 2009, 2010 e 2012. A contagem é pesada.

Estes soldados desprovidos de formação são simples profissionais da guerra -- e não mais do que isso. Eles nunca tiveram oportunidades económicas para se integrarem na vida civil, e o poder político pouco fez para os educar e capacitar, nem tão pouco para transformar o exército de guerrilheiros em forças armadas disciplinadas, modernas e republicanas. Como resultado, eles tornaram-se um perigo para a sociedade.
A guerra civil de 1998-99 foi a gota de água que fez transbordar o copo: pela primeira vez o poder político e os parceiros de desenvolvimento colocaram a reforma do exército no topo da agenda política e de desenvolvimento. Mas os esforços de reforma até aqui falharam. O Banco Mundial financiou um Projecto de demobilização em 1999. O projecto desmobilizou centenas de soldados, mas o número total de soldados continuou a aumentar à medida que novos indivíduos se juntavam ao exército em resultado de novos conflitos. A história mais recente é o programa de reforma patrocinado pela União Europeia, que acabou por ser um retumbante fracasso, com a UE e o governo a acusarem-se mutuamente pelos maus resultados.
Na minha opinião, a razão fundamental destes fracassos se resume a esta simples frase: falta de dinheiro. E a este respeito, a comunidade internacional encaixa a maior parte da responsabilidade. Ela nunca colocou em cima da mesa o dinheiro realmente necessário para "comprar" a estabilidade. Sim, a paz e a estabilidade têm o seu preço. Com o tempo, os custos de oportunidade da reforma dispararam à medida que o país caía na armadilha do tráfico de drogas - e elementos proeminentes do exército se envolviam nesse negócio. Com efeito, porque é que um general irá ficar em casa se ele pode ganhar muito dinheiro fácil do tráfico de drogas?
Que solução então? Eu penso que ela passa pela CEDEAO. Ela é a organização mais bem posicionada hoje para oferecer uma solução para esta crise. Porque é geográfica e economicamente a que mais se identifica com a Guiné-Bissau; porque conhece a realidade do país; porque ela granjeou alguma credibilidade na resolução de conflitos recentes na sub-região; e, finalmente, porque nesses processos ela adquiriu alguma experiência. Mas seria importante que a CEDEAO oferecesse à Guiné-Bissau soluções sustentáveis de longo prazo, e não as mesmas soluções voláteis de curto prazo, como tem acontecido até aqui com outras crises no país. E isso começa com a garantia da presença de uma força militar da CEDEAO na Guiné-Bissau para proteger as instituições, treinar o exército e garantir uma transição política suave. A CEDEAO também deve ajudar a mobilizar suficientes recursos financeiros para, finalmente, concluir o processo de reforma das forças armadas. Não se pode esperar que os magros recursos que têm sido colocados até agora em cima da mesa, façam os homens armados ir para casa.
Mas se a reforma das forças de defesa e de segurança é fundamental para a estabilidade política, há um outro pilar crucial que deve ir em paralelo: a justiça. A denegação da justiça e a impunidade têm sido a regra na Guiné-Bissau, particularmente com relação aos crimes políticos. Embora o fenómeno não seja novo, o que impressiona mais é o acumular recente de casos não resolvidos de relevante interesse público. Tenho em mente o duplo assassinato do Chefe do Estado Maior das Forças Armadas e do presidente Vieira em 2009, bem como o assassinato de outras figuras políticas em 2010.

Na consciência colectiva dos guineenses, o país está perigosamente a escorregar para o "reino da impunidade ", com o poder político a não conseguir - ou a não estar interessado – em ver os crimes julgados ou esclarecidos. O resultado óbvio junto da população é a sensação psicológica da exposição ao arbitrário que pode empurrar as pessoas para a esfera perigosa da justiça privada. As leis, os tribunais e os juízes estão lá, mas a justiça é notavelmente ausente. Uma rápida reforma do sistema de justiça é fundamental, e talvez uma espécie de "Plano Marshal " para a justiça seja necessário para desbloquear o seu funcionamento. No curto prazo, isto é mais importante do que organizar novas eleições. E várias organizações internacionais podem ajudar nesse sentido, incluindo as Nações Unidas, o PNUD e o Banco Mundial, para citar apenas algumas.
Finalmente, há o tráfico de drogas que se tornou o rótulo do país. Mesmo que o fenómeno seja omnipresente em toda a região da África Ocidental, a Guiné-Bissau tem sido destacada como um “Narco Estado ". Isso em parte porque é um Estado frágil com recursos muito limitados para combater os gangues, e em parte porque elementos presumivelmente poderosos da hierarquia militar e política do país estão envolvidos nesse tráfico. O combate ao tráfico de droga requer meios que a Guiné-Bissau sozinha não possui. O apoio externo necessário poderia vir, mais uma vez, da CEDEAO como parte do mandato da sua força, apoiada por outras organizações regionais e internacionais.
Por conseguinte: exército, justiça e tráfico de drogas. Qualquer roteiro para a estabilização política da Guiné-Bissau deve circular em torno deste triângulo do mal. Mas na minha opinião, a passagem deste roteiro para a prática exigirá duas condições: liderança e tempo.

Neste novo ciclo de transição em que a Guiné-Bissau está a entrar uma escolha bem-sucedida dos seus novos líderes é fundamental. Eu defendo que o Presidente deve ser designado com respeito pela Constituição, e que deve ser nomeado uma personalidade credível para liderar um governo de transição, um homem ou mulher que reúne consenso, é respeitado por todas as partes, e que beneficia da confiança de todos os diferentes grupos, incluindo o exército, os políticos e os membros da sociedade civil, a fim de navegar no complexo processo político de transição.

A segunda condição é o tempo: os três elementos que formam o triângulo do mal devem ser resolvidos dentro do prazo do período de transição. Eleições justas e transparentes serão mais bem aceites por todos quando houver um exército republicano, uma justiça funcional e um país livre do tráfico de drogas. Isto pode requerer mais de um ano, provavelmente dois a três anos. Este calendário vale a pena. A comunidade internacional deve evitar cair na armadilha da sua receita convencional: "a corrida às eleições". Ela não resolveu qualquer problema no passado. É pouco provável que vá resolver desta vez.

Geraldo Martins

BOM NOBAS DI GUINE: DOIS DIRIGENTES POLITICOS LIBERTADOS, A GUINE-BISSAU ESPERANDO MELHORES DIAS DO DIALOGO PARA A SAIDA DE CRISE.


CORTESIA: GBissau.com*

Carlos Gomes Jr. (Esq) e Raimundo Pereira (Dir.)
Carlos Gomes Jr. (Esq) e Raimundo Pereira (Dir.)
O Presidente Interino Raimundo Pereira e o Primeiro-ministro Carlos Gomes Jr. foram libertados ao início da tarde de hoje em Bissau, momentos após o encontro entre o Comando Militar e os chefes das forças armadas da Nigéria, do Senegal e da Costa do Marfim.
De acordo com uma fonte militar em Bissau – não mandatada para falar em nome do grupo – disse que as duas figuras já se encontram a caminho de Cotê D’Ivoire (Costa Marfim) onde presumivelmente vão estar hospedados por alguns dias, antes de qualquer tomada de decisão sobre os seus futuros políticos.
Embora a reuniao extraordinaria tenha exigido o retorno à legalidade constitucional, nos círculos politicos e militares guineenses, são poucos os que admitem a possibilidade do regresso de Carlos Gomes Jr. à chefia do governo. Daí que as probabilidades das duas figuram estarem em Costa de Marfim para qualquer tipo de negociação sejam quase escassas.
Em Bissau, não houve nenhum anúncio formal e oficial por parte do Comando Militar sobre a libertação das duas figuras.
Mas, a mesma fonte militar adiantou que Raimundo Pereira e Carlos Gomes Jr. seguiram para a Costa de Marfim na “companhia de três chefes de estado maior de três países da Subregião”. Tratam-se, portanto, das chefias militares da Costa de Marfim, de Senegal e a da Nigéria.
Recorde-se que o governo de Carlos Gomes Jr. fora derrubado na sequência de Golpe militar de passado 12 de Abril. E na reunião da CEDEAO na quinta-feira em Abidjan, a cúpula Africana tinha dado um último de 72 horas para a libertação de todos presos políticos, nomeadamente Raimundo Pereira e Carlos Gomes Jr.
Se estas exigências não fossem cumpridas, a CEDEAO tinha ameaçado “impor, com efeito imediato, sanções específicas sobre os membros do Comando Militar e seus associados, bem como sanções diplomáticas, económicas e financeiras sobre a Guiné-Bissau.”
Até ontem o Comando Militar falava de apenas três prisões que incluíam também o secretário de Estado dos Combatentes da Liberdade da Pátria, o brigadeiro-general Fodé Cassamá. Ainda não se sabe se Fodé Cassamá foi libertado ou não.
Entretanto em Bissau, aguarda-se a chegada de mais uma equipa técnica da CEDEAO para começar a estudar as moldes de retorno à normalidade constitucional bem como a formação de um governo de transição com uma duração de um ano.
*Com a Contribuição de Jornalista Califa Soares Cassamá, em Bissau

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Marcha pela Paz na Guiné-Bissau

As associações (AEBGS e ARBS) da diaspora guineense residente em Dakar (Senegal), organizam mais uma marcha pela Paz na Guiné-Bissau amanhã 26/04/2012. Concentração prevista às 09h00 frente à Embaixada da Guiné-Bissau, na Rue Felix Eboué, Point E.

TODOS JUNTOS PELA GUINE-BISSAU

Marcha da diaspora pela paz e justiça na Guiné-Bissau

A Praça dos direitos humanos em Paris, mais conhecido por Place du Trocadéro, vai ser palco da maior concentração da diaspora guineense no sabado 28 de Abril, a partir das 14h00. Todos guineenses, sem distinção de côr, raça, categoria social, opção politica ou religiosa, estão esperados para mostrar ao mundo que somos um povo unido e solidario em todas circunstâncias que toquem com a Nação e o nosso Estado.

VIVA PAZ, VIVA GUINE-BISSAU, VIVA JUSTICA E DEMOCRACIA PARA SEMPRE.

O Movimento da Diaspora não para, a voz do povo guineense cada mais proxima do objectivo.

MARCHA EM FRENTE AS NACOES UNIDAS SEXTA-FEIRA PELA PAZ NA GUINE-BISSAU
A partir de 14 de Julho de 2011, passaram a existir 193 paises membros das Nacoes Unidas, para alem da cidade do Vaticano, que tem o estatuto de observador.
Uma das funcoes da ONU, eh a manutencao da paz e da seguranca no mundo. Ela pode enviar forcas de manutencao da paz para regioes onde conflictos armados foram cessados ou recentemente pousados, para fazer cumprir os termos dos acordos de paz, evitando assim, que os combatentes retomem as hostilidades. Ela nao mantem suas proprias forcas armadas no terreno, mas sim, forcas de paz, tambem chamadas "Capacetes Azuis". Esta forca recebeu o Premio Nobel da Paz em 1988.

Sera em frente a este edificio de ONU, que os imigrantes guineenses nos Estados Unidos da America apresentarao uma carta e realizarao uma marcha, pedindo a esta respeitada organizacao mundial, uma ajuda incondicional ao povo guineense, na realizacao de um sonho tracado jamais alcancado, de viver em paz, ajudando-o a transitar para a verdadeira democracia, na melhoria das estructuras judiciais, na transformacao de movimentos armados em partidos politicos, assim como, garantir a assistencia tecnica na prestacao de eleicoes livres e justas.

Pede-se a presenca nesta marcha, de todo aquele que, pensa e se sente sensibilizado com o sofrimento, a angustia, e o desespero do povo guineense. Contamos com a presenca dos PALOP, paises amigos, americanos. Para os guineenses, que apesar de vivermos em Estados diferentes, e a maioria, bem longe de Nova York, prestem um pouco de sacrificio ao seu povo, e vencam a distancia, comparecendo neste evento que, podera vir a atrair a atencao que este povo deseja, merece e nao tem tido, durante 38 anos.

O POVO DA GUINE-BISSAU CONTA COM A VOSSA AJUDA.

A marcha se realizara Sexta-Feira, dia 27 de Abril, das 3pm `as 4pm, em frente das Nacoes Unidas, 1st Ave & E44th Street, New York, NY 10017.

Contactos: 203-520-8115; 203-726-6045


Obrigada,

Celina V Tavares
Presidente,
ACGB-USA



VIVA GUINE-BISSAU, VIVA DEMOCRACIA, VIVA PAZ, A LUTA DA DIASPORA VAI CONSTITUIR A VITORIA FINAL. 

terça-feira, 24 de abril de 2012

LONDRES EM MARCHA - A LUTA CONTINUA


Este sábado dia 28 de Abril a partir das 11 da manha haverá uma Marcha da Paz na Guiné-Bissau. A marcha terá lugar em Central London que culmina com a entrega de um documento na sede das Nações Unidas...

Para mais informações, ficam aqui os contactos.

Idrica 07831921420,

Cristina 07901280168,

Armando 07852932217,

Nixon 0794658519,

Bala 07889580444 

Taibo 07909437294.

FÓRUM DA REFLEXÃO, FACE A CRISE INSTITUCIONAL NA GUINÉ-BISSAU

Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e Associação de Estudantes da Guiné-Bissau em Lisboa, vem por este meio Informar que no dia 26 de Abril de 2012 vai realizar um Fórum de Reflexão sobre as consequências e resoluções face a situação de crise Institucional vivida na Guiné-Bissau.

Programa do Evento

Local de Evento: Auditório da Faculdade de Direito de Lisboa ,  Hora: das 18:00h às 20:00

Tema: “ As Consequências jurídicas do Golpe de Estado, e a sua Resolução ”

18:00 Abertura solene do fórum

Prof. Doutor Eduardo Vera Cruz Pinto

Director da Faculdade de Direito de Lisboa

Conferencistas

Prof. Doutor Jorge Miranda - Professor Catedrático/ Constitucionalista

O Significado e Eficácia das Sanções Individualmente Impostas aos Autores do Golpe de Estado

Prof. Doutor Paulo Sousa Mendes -  Professor Universitário

As Consequências Jurídico-Criminais da Alteração da Ordem Constitucional ao nível Internacional

Eng.º Domingos Simões Pereira - Secretario Executivo da CPLP

A Importância da CPLP na resolução deste conflito

Moderador

António Lopes Soares “Tony Tcheka”

Jornalista e Poeta

19:00h Espaço de Debate

20:30 Encerramento

Dr. Fali Embalo - Embaixador da Republica da Guinne-Bissau

segunda-feira, 23 de abril de 2012

MOVIMENTO DA DIÁSPORA CADA VEZ MAIS FORTE E DETERMINADA

Mais uma vez, a nossa diaspora demonstrou ao mundo que o povo guineense sempre foi unido e indivisivel. A marcha deste fim de semana em Lisboa, a da semana passada em Cabo-Verde, em França, foram  provas da nossa união, corcordia e respeito pela nossa identidade patriotica. Prova disso, trazemos imagens daquilo que foi a mobilização popular na cidade de Praia e em Lisboa, no sabado 21 de abril, para que sirvam de exemplo e de encorajamento para todos compatriotas guineenses espalhados pelo mundo e residentes da nossa querida Guiné.

O Movimento continua no Brasil, em Marrocos, em Dakar, na Holanda, Inglaterra, França, onde circula alma guineense pelo mundo, la estaremos para manifestar a nossa solidariedade e indignação, juntos pela Guiné-Bissau.
"Levantem-se, se ainda estiverem sentados pois a liberdade esta a espera que vamos ao seu encontro"

"NO TERRA MERECE PAZ, I MERECI SABURA"

"NA COMBERSA CU BARDADI CU NO NA CUMPU GUINE"

PARABENS A TODOS, A LUTA PELA PAZ CONTINUA


Praia
Praia
Praia




Praia

















sexta-feira, 20 de abril de 2012

CARTA DE UM JOVEM GUINEENSE DESESPERADO

Bissau está triste. A Guiné, a nossa Guiné vive de novo, dias de tormento. Dias de kasabi. Não há panos di pinti estendidos para os malfeitores armados que trazem o sofrimento que inunda esta terra que um dia será NAÇÃO. Não há alegria nem motivos de orgulho. A esperança escapa-se-nos entre os dedos das mãos. O toque do bombolom foi mais uma vez substituído pelo deflagrar das armas, pela força da violência. Nós os jovens somos os porta-vozes dos nossos GARANDIS, mas não nos deixam dizer o que nos vai na alma. O nosso descontentamento é enorme. Passamos as noites em claro, sem dormir. Eles controlam tudo e todos, bairro a bairro, casa a casa. Mandam recados, intimidam os quadros… ninguém escapa á fúria. Professores, jornalistas, funcionários públicos, até militares que não alinharam com mais esta aventura, são objectos de intimidação. Vivemos num autêntico estado de sítio.

Numa manifestação autorizada os jovens foram brutalmente atacados por militares em frente ao Palácio do Parlamento (ANP) e viram as suas pernas perfuradas pela ponta de baionetas, barrigas laminadas. E qual foi o crime dessas centenas de jovens? Só queriam repudiar o golpe de estado. Dizer BASTA! Estamos a sofrer no corpo e na alma. Tanta dor meus irmãos. Tanta mágoa. São lágrimas de sofrimento que cobrem as faces das nossas mães, das nossas irmãs, das mulheres da nossa terra sofredora e de todo um povo trabalhador e hospitaleiro.
As populações saturadas da agenda cíclica militar e de alguns políticos já sobejamente conhecidos pelo seu oportunismo, primeiro optaram por permanecer nos seus bairros, nas suas casas por força das armas, mas acabam mais uma vez a fugir dos seus ditos defensores. É que o sossego, o silêncio que se apoderou dos bairros não é sinónimo de resignação. Significa que desta vez eles entram nos bairros e nas nossas casas intimidando ameaçando. Como não conseguiram mobilizar as populações para um comício de apoio ao seu acto tresloucado, decidiram proibir “qualquer tipo de marcha ou manifestação…”
Eles sabem que não fosse a força das armas que não hesitam em matar as ruas da Guiné-Bissau estariam fartas de gentes a gritar BASTA. Basta de GOLPES. Abaixo os Golpitas e seus Mentores.

Hoje quem pode sai da capital. A pé ou de toca-a-toca. O importante é vê-los pelas costas. Não têm medo de uma eventual e bem-vinda FORÇA INTERNACIONAL. Não é MENTIRA. Fogem sim dos homens das armas…Estes sim, metem medo pela embriaguez do ódio, da droga e do cadjol que tresanda dos seus bafos incontrolados, como incontrolados são os seus gestos e atitudes agressivas. Além de matar ROUBAM. O recolher obrigatório serve unicamente para ROUBAR e intimidar as pessoas. As suas principais vítimas são sobretudo os JOVENS. Roubam-nos até os telemóveis. Nós estamos cansados e fartos de ver gente não autorizada, não eleita, a impor a lei do mais forte e a impedir o povo guineense de seguir o seu destino. 
Por isso as populações fogem. Há dias a coberto do manto da noite, perto das 22 horas, um grupo de 25 pessoas, atulhados numa pequena canoa tentaram chegar a Caió, bem longe deles. Mas a pequena embarcação não resistiu à força das águas e das correntes afundou-se: Morreram 5 crianças de idade compreendida entre os 2 e os 13 anos. A segunda cidade do país, Bafatá já não comporta mais pessoas. As perto de 5 mil pessoas fugidas de Bissau criaram uma enorme rotura no mercado local. Já falta tudo.
Estamos de luto. A Guiné- Bissau está de luto. È preciso que o mundo saiba a verdade. É preciso que os prevaricadores de sempre sejam punidos. Os mesmos de sempre que alegaram agora outros motivos, voltaram a sair às ruas para metralhar, lançar granadas, obuses. Dizem-se militares e que estão a defender a terra. E quem os encomendou tal missão diabólica? Quem lhes fez confiança? Quem aprovou as anteriores investidas mortíferas que enlutaram tantas famílias? Que benefícios colhemos das inúmeras vezes que pegaram em armas. Basta! Basta! É tempo de denunciar os GOLPISTAS E SEUS APOIANTES QUE JAMAIS CHEGARÃO AO PODER SE DEIXAREM O POVO FALAR NAS URNAS.
 Sou jovem guineense, formado em França com elevadas notas académicas regressei optimista a no passado, cheio de vontade de juntar as minhas mãos ao esforço nacional de KUMPO TERRA, mas confesso, estou deprimido sinto-me abatido, sinto-me pequenino, impotente. Apetece-me gritar, gritar e negar tantos abusos contra a minha, nossa terra. Cada dia, cada hora uma desculpa um motivo incongruente… De cada vez que saem à rua é para aterrorizar. Para metralhar sobre o corpo da mama GUINÉ.
M´Bé…nha armons, já chega. Basta meus irmãos, BASTA. I djusta. É tempo de ousar dizer NÃO! Dizer que chega. Queremos ser iguais a todos os povos do mundo. Temos o direito ao sossego à Tranquilidade, à PAZ e ao Desenvolvimento. 

Comunidade guineense residente na Praia, marcha a favor da paz na Guiné-...

A MARATONA EM MARCHA



A Diáspora da Guiné-Bissau respondeu aos apelos dos irmãos e das irmãs que não podem expressar livremente no país, os que tentaram foram dispersados com violência militar.
Desde que começou está crise causada pelos militares que mais uma vez “intrometem-se” na vida política e social do país que os filhos, amigos e simpatizantes da Guiné-Bissau espalhado pelo mundo levantaram-se para manifestar o seu repúdio. E desta vez com uma mensagem simples e clara: Não aceitamos Golpes e Exigimos que se respeita o povo Guineense.
Começamos a Manifestar em Lisboa e Praia, seguiu-se Dakar, hoje Paris vai protestar e manifestar descontentamento. Mas o sábado vai ser o dia de grandes Marchas – Lisboa, Porto, Coimbra, Fortaleza, Haia, Dakar e Sevilha já estão confirmados.
Em Lisboa num acto simbólico vamos todos votar, vamos escolher Repúdio ao Golpe ou Congratulação.
Em Lisboa e no Mundo vamos estender braços aos irmãos e as irmãs no país para dizer ESTAMOS CONVOSCO.     
Se és guineenses, amigo da Guiné-Bissau e simples amantes da Paz e Estabilidade, contra desrespeito pelos Direitos Humanos junte a sua voz ao povo guineense martirizado e sequestrado pelos militares desobedientes e conduzidos pelos interesses divergentes daquilo que o povo almeja.

Avante, até que a luta triunfe em memória dos combatentes que deram a sua vida para a liberdade da Guiné-Bissau.

Mantenhas

Actualidade do Movimento da Diaspora para a Construção da Paz e Harmonia



Paris manifestou esta tarde de Place de Clichy para Rue Saint Lazare junto à Embaixada da Guiné-Bissau. A comunidade marcou uma nova manifestação no proximo dia 28 de Abril no Trocadéro (Praça dos Direitos Humanos) frente à Tour Eiffel. Espera-se a maior participação dos guineenses e amigos da Guiné. 

Amanhã 21/04/2012 
- Lille no norte da França, marcha à ser promovida pela associação dos guineenses naquela região. 
- Dakar (Senegal), segunda marcha desde o inicitio da crise vai partir da Embaixada da Guiné-Bissau a partir das 14h00.
- Lisboa, Marcha da diaspora guineense a partir das 16h00 no Rossio com musica de acompanhamento "mindjeris di panu pretu" José Carlos Schwarz. 
- Porto, Marcha organizada pela Associação Académica dos Guineenses do Porto, na Avenida dos Aliados a partir das 16h00.
- Coimbra, Marcha organizada pela Organização dos Estudantes Guineenses em Coimbra, a partir das 15h00, na Avenida da Republica. 
- Fortaleza, (Brasil), marcha à ser organizada pela associação dos Estudantes.
- Holanda, marcha de protesto junto à sede do TPI na Haya.

Guineense, qualquer que seja o seu sentimento neste momento, não perca oportunidade de manifestar a sua indignação perante a violação dos principios democraticos e o Golpe de Estado. BASTA A VIOLÊNCIA NA GUINE-BISSAU


quinta-feira, 19 de abril de 2012

Cabo Verde - Praia. Já Marchou...

Vejam o video aqui irm@os e irm@s!

Marcha da Comunidade Guineense em Paria - Cabo Verde



Avante Diáspora da Guiné-Bissau porque temos voz.

RESPEITO PELA SOBERANIA POPULAR
RESPEITO PELA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU
RESPEITO PELA LEGALIDADE DEMOCRÁTICA
RESPEITO PELA DIGNIDADE DOS GUINEENSES 

quarta-feira, 18 de abril de 2012

MARCHA INTERNACIONAL

MARCHA INTERNACIONAL PELO RESPEITO AO POVO GUINEENSE

MANIFESTO


Nós, cidadãos guineenses residentes em Portugal

Mais uma vez, constatamos com profundo pesar que o nosso país, a Guiné-Bissau, está a ser palco de um Golpe de Estado, promovido pelo auto-intitulado “Comando Militar”. Este Golpe de Estado tem a particularidade de ocorrer no intervalo entre a primeira e a segunda volta das Eleições Presidenciais antecipadas, i.e. após mais um acto de expressão popular soberana através das urnas.

Porque entendemos que a expressão popular democrática é o único acto legitimador da representação política, enquanto cidadãos guineenses inconformados com o Golpe de Estado em curso no país e em gesto de solidariedade para com os nossos irmãos e irmãs na Guiné, decidimos promover uma “MARCHA INTERNACIONAL PELO RESPEITO AO POVO GUINEENSE”:

Respeito pela SOBERANIA POPULAR
Respeito pela CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU
Respeito pela ORDEM CONSTITUCIONAL
Respeito pelo ESTADO DE DIREITO DEMOCRÁTICO
Respeito pela LEGALIDADE DEMOCRÁTICA
Respeito pelas INSTITUIÇÕES DEMOCRATICAMENTE ELEITAS
Respeito pela CADEIA DE COMANDO
Respeito pela DIGNIDADE DOS GUINEENSES
Respeito pelo PROCESSO ELEITORAL
Respeito pelos RESULTADOS ELEITORAIS
Respeito pela VIDA HUMANA
Respeito pela INTEGRIDADE FÍSICA E PSICOLÓGICA
Respeito pela memória dos nossos HERÓIS NACIONAIS
Respeito pelos sacrifícios consentidos pelos nossos COMBATENTES DA LIBERDADE DA PÁTRIA

A “MARCHA INTERNACIONAL PELO RESPEITO AO POVO GUINEENSE” é apartidária e visa como principal propósito a criação de uma “onda de cidadania activa” em prol de uma sociedade guineense cada vez mais aberta e, por isso, contra o Golpe de Estado. Neste sentido, lançamos um forte apelo a todos os cidadãos guineenses na diáspora e, em especial, aos nossos irmãos e irmãs na Guiné para, em comunhão de valores, no mesmo dia e a mesma hora, marcharmos pelo nosso direito ao respeito. De igual modo, em nome da fraternidade lusófona, convidamos todos os amigos da Guiné-Bissau, bem como todos os amantes da paz e democracia para se juntarem a nós na “MARCHA INTERNACIONAL PELO RESPEITO AO POVO GUINEENSE”.



PROGRAMA DO EVENTO

Data: 21 de Abril de 2012 [Sábado]

Local: Lisboa

Cronograma:


16H00
  


17H00




17H30


Concentração na Praça de D. Pedro IV, no Rossio
v  Acto simbólico de voto de repúdio ao Golpe de Estado

Início da Marcha
v  Ao som da música “mindjeres di pano preto” de José Carlos Schwarz

Chegada à sede da CPLP, no Palácio Conde de Penafiel – Rua de S. Mamede ao Caldas
v  Entrega da missiva ao Secretário Executivo da CPLP, Eng. Domingos Simões Pereira

Contactos:

v  Facebook - Diáspora da Guiné-Bissau

v  Blog - www.diasporadaguinebissau.blogspot.pt

v  Telemóveis
§  96 692 77 72
§  96 831 85 60
§  96 289 82 92
§  93 664 93 88
§  96 759 95 48